A dependência emocional no ambiente de trabalho é um fenômeno que pode passar despercebido, mas que tem um impacto significativo na saúde mental dos colaboradores e na dinâmica organizacional. Esse tipo de dependência ocorre quando um colaborador se torna excessivamente dependente de colegas, líderes ou do próprio ambiente de trabalho para obter validação, segurança e bem-estar emocional.
Ambientes de trabalho com alta pressão, falta de apoio e comunicação ineficaz são um terreno fértil para a dependência emocional. Neste sentido, lideranças tóxicas, que utilizam técnicas de microgerenciamento, críticas destrutivas e não reconhecem os esforços empregados pela sua equipe, podem agravar ainda mais esse problema.
Dentro deste contexto, alguns fatores também são cruciais para que a dependência ocorra, dentre os quais se destacam as marcações emocionais, que são circuitos cerebrais que criamos a partir da maneira que vivenciamos determinadas situações em nossas vidas. A neurociência já tem comprovado que desenvolvemos essas marcações desde os seis meses de gestação e ao longo de toda a nossa infância e desenvolvimento, a partir de nossas percepções acerca do mundo e das nossas relações interpessoais.
Uma vez desenvolvidos, esses padrões são repetidos, podendo desencadear questões relacionadas à baixa autoestima, à insegurança, ao medo de desagradar, medo da rejeição, medo de ser inadequado, de não pertencer, etc. Isso pode, inclusive, causar uma crise de identidade.
Assim, a dificuldade em dizer “não” e o receio de decepcionar os outros podem fazer com que as pessoas ultrapassem seus próprios limites, assumindo responsabilidades e trabalhos além do que suportam em um nível saudável. Isso pode resultar negativamente na saúde física e emocional, manifestando-se em condições como burnout e ansiedade. Aqui, a importância de impor limites é fundamental.
🔹 Conclusão
A dependência emocional no ambiente de trabalho é um desafio que precisa ser abordado com seriedade pelas organizações. Investir em um ambiente de trabalho saudável, com lideranças que promovam apoio e feedback construtivo, é essencial para combater esse problema. Além disso, a organização deve oferecer soluções que proporcionem mais autoconhecimento e auxiliem os colaboradores a lidarem melhor com essa questão, evitando que toda a responsabilidade recaia apenas sobre os líderes.
Para os colaboradores, é crucial identificar o impacto do trabalho em sua saúde e vida. Pergunte-se: o que o seu trabalho tem feito por você? O que te motiva a dedicar tanto tempo do seu dia a ele? Você é realizado profissionalmente? Promover um debate saudável sobre o tema pode fomentar insights e reflexões valiosas, ajudando a criar um ambiente laboral mais equilibrado e produtivo.
Até a próxima!
