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O brasileiro confia pouco nas outras pessoas e nas instituições e isso traz reflexos diretos na nossa vida pessoal e profissional. Entenda a complexidade do problema e porque devemos enfrentá-lo.

O Brasil é o país da América Latina e Caribe em que as pessoas menos confiam nas outras pessoas e instituições. É o que diz o estudo “Confiança: a chave para a coesão social e o crescimento da América Latina e Caribe”, desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID

A pesquisa mostra que apesar da confiança ser um problema de todo o continente, no Brasil ele é ainda mais grave. A questão é que esse baixo índice de confiança presente no nosso país e na região impactam diretamente a economia e, também, as organizações.

Você pode estar se perguntando o porquê de eu escolher falar desse assunto. “A Luiza resolveu falar de economia”? Não exatamente. Eu quero fazer um paralelo entre esse estudo e o nosso dia a dia.

Vamos lá?

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Brasileiro confia desconfiando

Você já deve ter ouvido a expressão: “confio desconfiando” ou “quando a esmola é grande o santo desconfia” e por aí vai. Faz parte do nosso imaginário coletivo desconfiar, mais do que os países vizinhos, afinal o Brasil é o último colocado no ranking da região, com um índice de confiança de apenas 4,69%. Para se ter uma ideia do quanto o número é baixo, no Uruguai o índice é de 21,8% e nos países ricos a média é de 41%.

Bom, agora eu tenho certeza que tem gente pensando: isso é culpa dos governos e da corrupção. Mas eu te digo, é também. A desconfiança no nosso caso é cultural e vem desde o período colonial.

E se alguém ainda está pensando que isso não afeta a nossa vida, eu te digo que não, afeta e muito! A confiança é a base de tudo. É com confiança que as empresas são mais produtivas, que os colaboradores performam melhor, que os investidores apostam no país e a economia dele cresce… são muitas questões envolvidas nisso.

Ou seja, o baixo índice de confiança no nosso país é um problema para todos nós, sem exceção. 

A confiança na ótica das empresas

Trazendo para o nosso dia a dia, pense o seguinte: você trabalha em uma empresa. Como quer que a gestão e os seus colegas se relacionem com você? Na base da confiança e colaboração ou com cobrança, microgerenciamento e coerção? Acho que absolutamente ninguém escolhe o segundo caminho, né?

Bom, mas em um país onde reina a desconfiança, qual você acha que é a regra? Nem preciso responder. O resultado disso? Mais profissionais descontentes, adoecidos e desmotivados.

E esse não é um problema só para os empregados, as empresas que não têm cultura de confiança não geram autonomia, têm um turnover maior e, são menos atrativas para os bons profissionais do mercado e, certamente, não têm o melhor resultado financeiro possível. 

A confiança na vida pessoal

Antes de falar da confiança em si, quero abordar o que gera a desconfiança. Por trás de tudo está o medo. Por exemplo: você precisa sair de férias e tem medo de um colega pegar o seu lugar na empresa.  Você se sente ameaçado, então aciona o lado mais primitivo do cérebro para se proteger e isso impede a colaboração.

No fim das contas, todo esse medo dá vazão ao egoísmo e a questão da confiança cascateia em vários níveis e chega até a nossa vida pessoal e profissional.

Profissionalmente, a pessoa que não tem confiança em si mesmo ou nas empresas e clientes tem medo de se arriscar, tem mais dificuldades de se empregar e é a pessoa que vai ter mais dificuldades de atingir os próprios objetivos profissionais, caso não ajuste essa questão.

Na minha experiência profissional pude notar que também são essas pessoas que têm dificuldades para pedir ajuda, para construir algo novo ou colaborar em um projeto.

Na vida pessoal os reflexos podem ser ainda mais pesados. Sem confiança as nossas relações não são firmes, tanto em relacionamentos amorosos, quanto familiares, por exemplo. 

Se você não confia no seu marido ou esposa, isso gera conflitos, controle e pode culminar em uma relação tóxica. Na família, se você não confia no seu filho, mãe, pai, irmãos, isso vai gerar competição, ciúmes e necessidade de controle e coerção, o que também não é saudável.

Percebeu onde eu queria chegar? O que parece ser uma pesquisa ou uma notícia que diz pouco sobre nós, na verdade diz muito. Confiança é algo que a gente começa de dentro pra fora e construir relações com mais confiança, empresas colaborativas e governos eficazes precisa ser uma atitude intencional. 

Gostou desse conteúdo? Então acompanhe o meu blog porque aqui eu falo sempre sobre carreira, saúde mental, maternidade e relacionamentos.

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